Motivos para não comemorar o Natal
- Geovanni e Cássia Damasceno
- 20 de nov. de 2017
- 8 min de leitura
Shalom,
Começamos pedindo ao Eterno D-us, que abra seu entendimento, abra sua mente e seu coração para que você possa receber e entender estas sementes que serão lançadas e que essas achem terra fértil para produzir frutos agradáveis ao Senhor. Essa tem sido nossa oração e desejo contínuo: Eterno, “Desvenda os meus olhos, para que veja as maravilhas da tua lei” Salmos 119:18 Que o Eterno abra também a sua visão. Em nome de Yeshua.
Estamos chegando a mais um final de ano de acordo com o calendário gregoriano e nessa época várias crenças cultuam o nascimento de seu Messias, chamado “menino Jesus” e uma árvore que é colocada dentro de seus lares. Nesse cenário, estipulou-se que na noite do dia 24 Dezembro nascera o Messias, e nas comemorações trocam-se presentes com todos reunidos em volta da tal árvore. A "comemoração de natal" também está ligada aos festivais pagãos que celebravam saturnália e o solstício de inverno, em adoração ao deus-sol, o sol invictus. O deus-sol é muito provavelmente, uma indicação de Ninrode mencionado em Gênesis 10:8-10. Este festival de inverno era chamado a natividade do sol. A festa solar do natalis invicti (natividade do sol inconquistado) era celebrada em 25 de dezembro. Na realidade, o natal foi criado para celebrar o nascimento anual do deus sol no solstício de inverno, a festividade foi como que repaginada por Roma no Sec. III para estimular a conversão dos pagãos sob seu domínio e então passou a comemorar o nascimento de Jesus de Nazaré.
O livro de Levítico, mais conhecido no hebraico por “Vaycrá” ou seja, “ E Ele chamou”, nos mostra no capitulo 23 sobre as festas ordenadas por D-us, as quais deseja que celebremos. Você encontrará a descrição das solenidades ("moedim" significa tempos designados) ou “santas convocações” como estatuto perpétuo para todo o Israel e os estrangeiros. São 8 festas contando com uma festa semanal, o shabat.
Nesse estudo, vamos esboçar idéias sobre a festa e a árvore de natal, tão comemorada mundialmente.
Pois bem, vejamos o que diz o Tanach e a Brit Hadashá sobre a arvore e a festa. Vamos citar duas passagens do tanach (Antigo Testamento) 1 Rs 14.23 Porque também eles edificaram altos, e estátuas, e imagens de Asherá sobre todo o alto outeiro e debaixo de toda a árvore frondosa. Is 57.5: Vocês se excitam sob os carvalhos e debaixo de toda a árvore frondosa, e sacrificais os filhos nos ribeiros, nas fendas dos penhascos. No livro de Jeremias (Yrmeyahu) escrito por volta de 628 a.C., refere-se a Asherá quando menciona a "rainha dos céus" nos capítulos: 7.18 "os filhos apanharam a lenha, e os pais acedem o fogo, e as mulheres preparam a massa, para fazerem bolos à Rainha dos Céus, e oferecem libações para outros deuses, para me provocarem a ira", e em 44.18 "mas, desde que paramos de queimar incenso à Rainha dos Céus e de derramar oferta de bebidas a ela, nada temos tido e temos perecido pela espada e pela fome".
A deusa asherá (chamada por vezes de Astaroth), uma divindade, como a Ishtar babilônica, ou a Astarte grega. 'No Novo Testamento, Paulo (Sha´ul) enfrentou Asherá em Éfeso, lá eles a tratavam como Diana, a deusa dos Efésios. Hoje percebemos que Asherá ainda é adorada, várias religiões, colocam Maria (Miryam) ao lado do menino Jesus (Yeshua), justificam sua adoração dizendo que “um filho nunca nega o pedido de uma mãe” e com isso realizam seus pedidos a ela. No espiritismo temos "Yemanjá", que é considerada a “rainha do mar” e Pomba Gira como deusa do sexo". (Trecho do texto de Ministério Brit - www.ministeriobrit.com.br).
Essa "deusa" era adorada como uma poderosa deusa da fertilidade e também na festa de páscoa através dos ovos. O Eterno em Deuteronomio (D’varim - Palavras) 16.21-22 diz: Não plantem nenhum tipo de árvore como um (tipo de) poste junto ao altar do Senhor teu D’us, que fizeres para ti. Nem levantarás coluna (estatua, imagem), a qual o Senhor teu D’us odeia. Vemos aqui cair por terra essa comemoração em volta de uma árvore de acordo com a Bíblia, é algo que o Eterno na sua onisciência deixou orientação a respeito.
Vamos voltar ao nascimento de Yeshua (conhecido como Jesus): pelo estudos bíblicos, sabemos que Maschiach (o messias) nasceu durante a festa de Sukot (tabernáculos, festa das cabanas no mês de Tisrei, sétimo mês judaico que se torna o primeiro do ano), entre os meses de Setembro e Outubro (no nosso calendário). Por isso diz na palavra: João 1.14 de um modo mais livre poderíamos escrever: “E o Verbo se fez carne e tabernaculou entre nós...”
Então, qual festa é comemorada nessa mesma época? A festa de Chanuká. Esta festa não faz parte das 7 festas ordenadas pelo Senhor (Lv 23), mas é comemorada pelos judeus do mundo inteiro, assim como a festa de Purim porque ambas comemoram a libertação do povo de D-us.
Em princípio, não é mencionado no Brit Hadashá (Novo Testamento) que devemos comemorar o nascimento de Yeshua (Jesus). Shaul HaShaliach (o apóstolo Paulo) deixa uma orientação em 1 Co 11.23-26: Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha. Precisamos entender que, mais importante que o nascimento de Yeshua é entender que a sua morte e ressurreição, trouxe redenção ao mundo, a salvação através do sacrifício no madeiro.
Todos nós temos ciência das perseguições contra o povo de D-us, desde no inicio dos tempos. E houve um tempo, dito em Daniel 9:27 chamado “abominação da desolação”. O que vem a ser isso? Foi um período que os judeus foram mortos (por volta do ano 165 a.c), Jerusalém destruída pelos macedônios, suas casas foram queimadas, suas mulheres e crianças levadas pelo inimigo e o templo profanado com derramamento de sangue humano e sacrifícios de animais impuros (porcos, etc). As pessoas eram proibidas de seguir os mandamentos, celebrar as festas bíblicas, os filhos não podiam fazer aliança da circuncisão e não poderiam ter os rolos da Torá em casa. Todos que praticassem tais atos, sofria pena de morte.
A “abominação da desolação” foi culto/festa pagã ao deus “Baal-Shamem” ou “Zeus Olímpico” na era helenística pelos macedônios. Foi erigido um altar de adoração para esse “deus” em Judá sendo sua comemoração todo dia 25. Dia 25 era a data de criação desse altar e a data de aniversário do rei Antíoco. Porém, depois de 3 anos, um certo Judeu chamado Judas ou Simeão no grego (no ano 162) empreendeu uma guerra contra os inimigos e tomou Israel de volta. Ele juntamente com os seus irmãos, exterminou os ímpios e afastou a ira de Israel. No dia 25 do mês Casleo correspondente aos atuais Novembro-Dezembro desse mesmo ano, ficou estabelecido uma festa chamada “Festa da dedicação” ou “Festa das luzes” ou “Festa de Chanucá (no hebraico “ch” Le-se como “RR”) em que os judeus comemoram sua libertação. Esta festa não é encontrada no Antigo Testamento porque o fato que deu origem a esta comemoração ocorreu no ano 162 a.C, tendo o Eterno já estipulado as festas principais e tal evento é registrado no Livro Apócrifo de Macabeus.
Em João 10:22, vimos Yeshua (Jesus) passeando no Templo na comemoração da Festa da Dedicação/Chanucá. Essa passagem é a única passagem bíblica no Novo Testamento que se refere à referida festa. E essa festa sempre cai em dezembro, próximo ao natal. Como se vê, Yeshua (Jesus) comemorou a FESTA DAS LUZES, da libertação do seu povo (Ele era judeu, não romano). E Yeshua, participava de todas as festas bíblicas, Ele disse “Eu devo fazer as obras daquele que me enviou”... Jo 9:4 Yeshua sempre ensinou através de diversas passagens da bíblia que devemos sempre fazer a vontade de D-us (Mt 7:21).
Celebração de Chanucá: Essa festa é comemorada em 08 dias e em cada dia é recitada uma benção. "Durante esta festa se acende uma Chanukiá, ou candelabro de 9 braços (incluindo o central e maior, denominado Shamash, ou servente). Na primeira noite acende-se apenas o braço maior e uma vela, e a cada noite se vai acrescentando uma vela, até que no oitavo dia o candelabro está completamente aceso. Este ritual comemora o milagre do azeite que queimou por oito dias no candelabro do Templo de Jerusalém" . (Wikipedia) As luzes da Chanukia falam do Messias, Ele é a luz do mundo, como descrito em Jo 8:12. Falando novamente ao povo, disse Yeshua: “Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue, não andará em trevas, mas terá a luz da vida.”

Por quê as igrejas não estão buscando cumprir o que está na palavra e preferem celebrar festas pagãs? O tempo da graça não excluiu “cumprir mandamentos”, se assim fosse, não existiria pecado. O Eterno nos deu “graça” para cumprir mandamentos sem que este seja fardo. E, se dissermos que “somos seguidores” do Messias e não comemoramos as festas bíblicas, então, porque ele celebrava as festas?
Outro exemplo do Messias celebrando uma festa bíblica: em Jo:7:37 quando Ele deixou para falar no último dia da festa de tabernáculos, o sétimo dia, que era o ápice da comemoração, sobre a tremenda e gloriosa mensagem que Ele era a Fonte Eterna de água viva, na qual ninguém teria mais sede. Sem falar que Ele também celebrou a festa de Pessach junto com os discípulos, Lucas 22.
Celebrar as festas bíblicas é nos preparar para algo que viveremos no futuro junto ao nosso Messias e ao Eterno. E o que vivemos aqui, são “sombras” de coisas vindouras (Cl 2:17). É como na parábola do Rei, que dá um banquete de casamento para o seu filho, não encontrava pessoas preparadas em seu meio e manda convidar pessoas que andavam pelo caminho, porém o critério era que todas estivessem vestidas adequadamente para celebrar as bodas do filho (Mt 22). Yeshua é o filho do Rei Ad-nay; e quando conhecemos Yeshua, somos enxertados na aliança de Ad-nay com Israel. A noiva é a Kehila ou Igreja, ou seja, Israel e as nações; as roupas é a própria palavra de D-us que nos santifica e purifica.
Yeshua disse em Jo 14:3: “Depois de ir e vos preparar um lugar, voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estou, também vós estejais”. Ele está preparando os "palácios" para onde nos levará para celebrar com ele.
Observe na imagem abaixo quem está por trás da árvore de natal:

Fonte: Imagem cedida pelo Ministério Brit - Pr Antônio Carlos
“Não colocarás nenhuma árvore (asherá) junto ao altar do Senhor teu Deus…”
Dt 16:21; Jr 2:20,27; 3:6-13; Ex 34:12-14.
Para concluir, sei que não é fácil mudar, mas, precisamos ouvir a voz do Eterno, falar a verdade nos púlpitos e romper com os laços do inimigo, é plano dele nos cegar para a verdade, sair dessa mistura e de falsos ensinos. Comemore as festas que o Eterno deseja... agrade a Ele e não ao mundo. Não traga para dentro da sua igreja ou casa festas pagãs. Este ano, de acordo com o calendário judaico, a Festa de Chanucá será do dia 13 a 20 de dezembro.
Que o Eterno vos abençoe e vos guarde. Em nome de Yeshua HaMashiach.
Bíblia hebraica on line: http://www.hebraico.pro.br
Ministério Brit - www.ministeriobrit.com.br
Wikipedia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Chanuc%C3%A1
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